No mundo político, a natural atração pelo poder é tão intensa e forte que os candidatos a cargos públicos, em sua pertinas busca, não vislumbram ou subestimam as tarefas que, no exercício das funções istrativas terão que enfrentar…
Vejamos um pequeno mas significativo exemplo: o de Giovani Nunes, Prefeito de São Joaquim. Este jovem idealista suspendeu suas atividades profissionais, ou as reduziu ao mínimo, para disputar uma eleição e servir ao povo.
Foi vitorioso, em uma eleição bravamente disputada e difícil. Os desafios da istração municipal, numerosos e imensos, em face da exiguidade dos recursos financeiros locais, mesmo quando a eles se agregam estaduais e federais, impam a Giovani a opção de manter e conservar as rodovias municipais, com mais de dois mil quilômetros, indispensáveis para o escoamento da produção agrícola do Município.
Nessa tarefa, o seu trabalho tem sido incansável e ingrato. Cuida de um trecho de estrada, vem uma forte chuva e lava e leva , água a baixo, o seu trabalho. Refá-lo e, novamente, a intempérie o desfaz, numa sequência interminável e punitiva…É como um intrigante castigo para quem quer servir. Parece que os deuses têm ciume dos homens que ousam tocar em seu dispensário… Só eles podem beneficiar ou afligir aos homens… Só a eles pertence o poder e quem quer participar dele deve sujeitar-se, inclusive, às penas de Sísifo, mito grego, que foi condenado por Zeus a levar ao pico de um monte uma pesada pedra… Quando Sísifo estava com a pedra quase no cume do monte, faltava-lhe a força para o impulso final e a pedra descia ladeira abaixo… E o trabalho continuou pela eternidade, a pedra sendo levada e a gravidade trazendo-a de volta às planuras… Qual a diferença entre o Prefeito de São Joaquim e Sísifo? Este pagou a pena de seus pecados e o Prefeito sofre penas semelhantes por suas virtudes… Sísifo nunca, com sua astúcia e esperteza procurou a pena… O Prefeito com seu ideal não só a abraçou como imaginou enfrentar outras… Tal a atração do poder e o comportamento dos homens… … .
