Os imes entre o governo do Estado e a empresa terceirizada que istra o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Santa Catarina pode prejudicar o serviço prestado ao cidadão. 6ard
Além das questões que envolvem os pagamentos aos trabalhadores do Samu, a ameaça de paralisação de serviços essenciais aprofunda ainda mais a crise.
A OZZ Saúde, que opera o Samu no Estado desde 2017, informou que estava prevista a suspensão do sistema de regulação das ocorrências dos atendimentos do Samu em Santa Catarina (CR-SAMU) a partir da meia-noite desta quinta-feira (11).
O sistema de atendimento, no entanto, não chegou a ser interrompido. O comunicado que aborda a suspensão foi emitido pela empresa nesta quarta-feira (10).
No ofício, a OZZ alega que a licença de software para o CR-SAMU é essencial, “uma vez que sem este sistema não há como operar a central de regulação, quanto mais oito centrais distintas.”
O desligamento do sistema acarretaria em “um aumento do tempo-reposta, impactando diretamente na qualidade da assistência; além de impossibilitar a análise de dados fundamentais à gerência do serviço”.
No documento, a OZZ afirma que a SES (Secretaria de Estado da Saúde) “sistematicamente ignora todas as manifestações” que a empresa envia, “quedando-se inerte em face de situações de máxima urgência, e colocando em risco a operação do Samu”.
Razões da suspensão 6k271x
Segundo a OZZ, o sistema de atendimento do Samu estava na iminência de ser desligado por conta da falta de pagamento à empresa que fornece o software.
Esse pagamento, de acordo com a OZZ, seria de responsabilidade do Estado. Contudo, quem estaria arcando com os custos desde o início do contrato seria a terceirizada.
Em função de rees insuficientes do Estado a OZZ, o que gerou “um desequilíbrio financeiro”, a empresa não teria mais como arcar com esses custos. Sendo assim, o pagamento à empresa do software teria sido suspenso pela OZZ.
Conforme a terceirizada, o sistema de regulação não chegou a ser suspenso porque o Estado teria feito um acordo com a empresa que opera o software
A OZZ informou ainda que deve se reunir com o Estado para tratar dos valores que até então teriam sido custeados pela terceirizada.
Serviço de internet 29h3j
No início do mês, outro ofício emitido pela OZZ abordou o desligamento do serviço de internet nas centrais de Chapecó, Lages e Joaçaba, pela falta de pagamento da fatura mensal.
Os profissionais da central de Chapecó chegaram a ficar mais de 24 horas sem internet. A Secretaria de Estado da Saúde nega que as outras duas centrais tenham sido afetadas.
A OZZ Saúde explicou que no dia 15 de janeiro enviou um ofício à Superintendência de Urgência e Emergência e à Diretoria de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel do Samu alegando que o serviço de internet das Centrais de Regulação era custeado por eles de forma indevida.
Também informou no documento que o contrato com a prestadora de serviço de internet seria cortado caso o problema não fosse solucionado pelo Governo do Estado.
A empresa alega que não recebeu retorno do governo à época e que, por isso, a prestadora do serviço procedeu ao desligamento da internet pela falta de pagamento.
O que diz a SES 5l161t
A Secretaria de Estado Saúde se posicionou por meio de nota emitida na tarde desta quinta-feira. De acordo com a SES, setores jurídicos estão buscando alternativas para que a gestão dos serviços do Samu não sejam mais responsabilidade da OZZ Saúde.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria de Saúde, por meio de sua Superintendência de Urgência e Emergência, esclarece que vem sendo informada e notificada pela empresa OZZ Saúde, a qual foi contratada por processo licitatório para fazer a prestação de serviço continuado do SAMU SC, a respeito de não pagamento de alguns serviços, como o caso da internet nas Centrais de Regulação.
Na segunda-feira, 8 de fevereiro, a empresa [OZZ Saúde] chegou a soltar uma nota inverídica sobre o não funcionamento da internet nas regiões de Joaçaba e Lages, mas que, sim, haveria a possibilidade de sofrer cortes durante a semana.
Chapecó, por outro lado, havia sofrido o corte de internet no mesmo dia. Ontem, 10 de fevereiro, novamente, a empresa alegou que a internet seria cortada no Estado todo – algo que não aconteceu, já que a Superintendência buscou alternativas para evitar o problema, inclusive com migração de rede para instituições próprias.
Assim sendo, a possibilidade da internet não funcionar nas Centrais foi evitada pela Secretaria, que se antecipou.
É importante registrar também que é com surpresa que a Superintendência vem sendo notificada constantemente acerca de despesas que, para a OZZ, não estariam no contrato. O contrato, no entanto, é amplo – e engloba toda a prestação de serviço para gerir o SAMU, como o caso descrito.
Só no ano ado, o Governo de Santa Catarina conferiu aditivos e reou cerca de R$ 125 milhões para a OZZ Saúde. O valor mensal do teto máximo do contrato é, igualmente, pago em dia. Isso pode ser conferido no Portal da Transparência.
Nestes últimos meses, a Superintendência de Urgência e Emergência já vinha fazendo cobranças e notificando a prestadora de serviços OZZ Saúde quanto a descumprimentos contratuais.
Houve notificação e penalização na falta de serviço de limpeza ocorrida neste 2021, a qual já foi resolvida, bem como sobre a falta de férias para profissionais do Serviço.
No ano ado, além disso, a gestão do SAMU já havia achado irregularidades e feito uma série de notificações para a empresa sobre uniformes, esterilização, documentos de veículos, 13º salário, FGTS e manutenção da frota.
Também está sendo feita semanalmente fiscalizações in loco, a fim de garantir as melhores condições aos nossos funcionários.
Fonte ND+