Trump anuncia saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde; O que significa a saída dos EUA da OMS?

Greg Nash / POOL

O presidente americano, Donald Trump, assinou, nesta segunda-feira (20), depois de ser empossado presidente, um decreto para que os Estados Unidos deixem a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma instituição que ele atacou previamente por sua resposta à pandemia de covid-19.  Ao o decreto na Casa Branca, Trump disse que os Estados Unidos pagam injustamente mais que a China ao organismo da ONU, e acrescentou: a OMS “nos roubou”.

Os Estados Unidos, país que é o principal doador da OMS, com sede em Genebra, fornece um financiamento vital, que mantém diversas operações da organização. Espera-se que sua saída gere uma reestruturação significativa da instituição e poderia causar interrupções em iniciativas de saúde.

Em seu decreto, Trump instrui as agências federais a “pausar futuras transferências de fundos do governo dos Estados Unidos, apoio ou recursos à OMS”, e as insta a “identificar sócios americanos e internacionais confiáveis e transparentes para assumir as atividades necessárias previamente empreendidas pela OMS”. A nova gestão de Trump também anunciou planos para revisar e rescindir a iniciativa de saúde do governo de Joe Biden, conhecida como Estratégia de Segurança Sanitária Global 2024, desenhada para responder às ameaças de doenças infecciosas, “assim que possível”.

No primeiro mandato de Trump, os Estados Unidos emitiram uma notificação de tentativa de saída da OMS, ao acusar a organização de ser influenciada pela China nas primeiras etapas da pandemia de covid-19. “A decisão de deixar (a OMS) fragiliza a influência dos Estados Unidos, aumenta o risco de uma pandemia mortal e nos torna mais vulneráveis”, criticou Tom Frieden, ex-alto funcionário de saúde no governo de Barack Obama, em postagem no X.

O país vai perder um o privilegiado a dados muito importantes de vigilância epidemiológica, advertiram vários especialistas, o que poderia minar as capacidades de prevenção e vigilância de ameaças de saúde no exterior. As agências de saúde americanas e empresas farmacêuticas também dependem da OMS “para ter os dados necessários no desenvolvimento de vacinas e de tratamentos”, destacou Lawrence Gostin, professor de direito de saúde pública na universidade de Georgetown.

O que significa a saída dos EUA da OMS?

Na visão de Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador de Harvard, o maior impacto da saída dos EUA da OMS ocorrerá no financiamento dos programas da organização.

Atualmente, esclarece o professor, os EUA colaboram com cerca de US$ 550 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) anuais para a OMS.

“O corte de recursos vai ser intenso, porque eles [os EUA] são o maior doador individual [da OMS]. Isso vai impactar em ações da OMS em países emergentes. Se você corta a ligação do país com a OMS, você corta o contato dos centros de controle e prevenção de doenças espalhados pelos EUA com a OMS, o que prejudica o desenvolvimento de pesquisas científicas”, avalia Brustolin.

“Os EUA estão na vanguarda da pesquisa científica médica. [A saída do país da OMS] é um duro golpe no sistema internacional pós-Segunda Guerra Mundial. É uma sabotagem do sistema que conhecemos”, aponta o especialista.

Com informações:CNN Brasil

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