Dia Mundial do Fusca: O queridinho Besouro; e por que as novas gerações do fusca não deram certo?

Nesta quinta-feira (22) é comemorado o Dia Mundial do Fusca. Isso porque 22 de junho de 1934, há exatos 89 anos, foi assinado o contrato entre a associação nacional da indústria automobilística alemã e Ferdinand Porsche para fabricar o Volkswagen (ou ‘carro do povo’, em tradução livre do alemão).

Ícone cultural o século XX e até estrela de cinema, o carro criado na Alemanha caiu no gosto dos brasileiros.

Inicialmente importado, o veículo teve sua produção nacionalizada em 1959.

Mais de 3 milhões de fuscas foram produzidos no país até que a fabricação fosse encerrada.

Extremamente popular no século ado e ainda um queridinho entre os colecionadores, é unanimidade afirmar a paixão brasileira pelo Volkswagen Fusca. Mas, dentre as milhões de unidades que ainda rodam pelo Brasil, uma delas é excepcionalmente rara (por aqui e lá fora): um Fusquinha 1949, o mais antigo do país.

Em 22 de junho de 1934, o projetista Ferdinand Porsche recebeu um contrato do governo da Alemanha nazista solicitando a criação de um veículo que fosse simples, barato e resistente, com foco do consumo nas classes populares do país.

Esse foi o marco zero para o nascimento do Fusca, que ao longo dos anos se tornaria um dos carros mais icônicos do mundo, com direito a ganhar até uma data especial neste 22 de junho.

Desde o lançamento, em 1938, até deixar de ser produzido, em 2003, o clássico Fusca ganhou algumas atualizações para adaptá-lo aos novos tempos.

Até que nos anos 1990, o modelo ganhou duas versões modernizadas: o Volkswagen New Beetle (de 1997 a 2011) e o Fusca A5 (de 2011 a 2019). Porém, nenhuma delas alcançou o mesmo sucesso que o modelo clássico. E alguns motivos explicam isso.

Preço

Projetado para ser barato e durável, o Fusca virou sinônimo de carro popular em diversos países. No Brasil, o compacto foi o mais vendido durante 23 anos, entre 1959 a 1982. Nessa época, chegou a representar 30% de toda a frota nacional.

O que o tornava tão barato era justamente seu design diferenciado. O formato arredondado fazia com que a fábrica economizasse no uso de metal, além de melhorar a aerodinâmica, o que diminuia o consumo de combustível. Além disso, o Fusca era bastante durável e de fácil manutenção.

Já os novos modelos do Fusca, o New Beetle e Fusca A5, chegaram com uma proposta diferente. Deixaram de lado o estilo popular e se tornaram carros mais caros. No fim, acabou atraindo apenas entusiastas e os mais nostálgicos.

Falta de carisma

Por ser barato, muitos jovens dos anos 50 e 60 compravam o Fusca como seu primeiro carro. Por isso, o compacto se tornou um ícone da cultura hippie e da contracultura da época — assim como sua irmã mais nova, a Kombi.

A popularidade do carro ainda ganhou as telonas, com a série de filmes Herbie, da Disney. Apesar de possíveis problemas, o Fusca virou um ícone pop e símbolo de um carro com carisma.

Já as novas versões até conseguiram surfar na onda da nostalgia, principalmente o New Beetle, mas quando a onda ou, o novo Fusca virou apenas mais um carro entre tantos outros.

Concorrência

Na década de 1980, o Fusca já chegava perto dos seus 50 anos de fabricação e tinha a concorrência de carros populares mais modernos, como o Fiat Uno. Por isso, a Volkswagen no Brasil encerrou a produção em 1986, para depois retomar brevemente entre 1993 e 1996.

Quando a Volkswagen decidiu lançar o New Beetle, no final dos anos 90, já havia mais diversidade no mercado de automóveis, principalmente com a popularização dos modelos asiáticos e dos SUVs.

Por isso, o novo Fusca teve dificuldades para conseguir o mesmo sucesso do modelo clássico.

Problemas técnicos

A terceira geração do Fusca, montado sobre a plataforma do Volkswagen Jetta, veio com uma série de problemas, que vão desde falhas no motor até no airbag. Isso exigiu sucessivos recalls, o que nunca pega bem para uma marca.

O carro ainda fez parte do escândalo de adulteração na emissões de gás carbônico, que envolveu outros modelos da Volkswagen. Em 2018, a montadora teve que pagar US$ 30 bilhões (cerca de R$ 143 milhões no câmbio atual) de indenização.

Com esses problemas em série, a fabricante decidiu encerrar a produção do Fusca na fábrica de Puebla, no México, em 2019. Desde então, já ensaiou lançar uma versão elétrica do carro, mas até o momento o Fusca nunca mais foi fabricado.

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