
Perigo! Nesta madrugada, a Fórmula 1 realiza o GP do Japão, 18ª de 22 etapas de 2022. E a corrida em Suzuka começou com chuva, o que fez a direção de prova interromper a disputa. De todo modo, uma cena chamou a atenção de forma preocupante no circuito de propriedade da Honda.
Após a bandeira vermelha, que interrompeu a prova logo após a largada, Pierre Gasly ou por dois tratores no traçado japonês (veja abaixo). A cena remontou ao último acidente fatal da F1: com Jules Bianchi, compatriota do francês da AlphaTauri, justamente em Suzuka, no ano de 2014.
Na ocasião, o então representante da Marussia acabou perdendo o controle e se chocando contra um trator de resgate, morrendo meses depois em decorrência dos efeitos da batida. Philippe Bianchi, pai de Jules, fez uma publicação nas redes sociais após o ocorrido. “Não há respeito pela vida do piloto e não há respeito pela memória de Jules. Incrível”, publicou ele. Veja o post logo abaixo:

Agora, Gasly, após ar pelos veículos, foi visto extremamente irritado, já que lembrou do ‘lance’ de 2014. “O que é isso? O que é esse trator na pista!? ei ao lado dele. Isso é inaceitável. Lembre-se do que aconteceu. Não posso acreditar nisso”, exclamou Gasly.
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) também se manifestou. “Em relação ao incidente, o safety car foi acionado e a corrida neutralizada. O carro 10 (Gasly) estava em alta velocidade para alcançar o campo. Como as condições estavam se deteriorando, a bandeira vermelha foi mostrada antes do carro 10 ar pelo local do incidente”. Os comissários colocaram Gasly sob investigação por suspeita de excesso de velocidade após a bandeira vermelha tremular em Suzuka.
“Suposta violação do Artigo 57.2 do Regulamento Esportivo da F1 – Excesso de velocidade sob condições de bandeira vermelha. O carro 10 atingiu velocidades de até 250 km/h ao completar a volta sob bandeira vermelha após ar pelo local do incidente”, comunicou o órgão.
Após a interrupção do GP do Japão, Gasly foi ao encontro do diretor de prova em Suzuka, o português Eduardo Freitas. Quanto à ‘presença’ dos veículos na pista, de acordo com o apêndice H do Código Esportivo Internacional da FIA, “nenhum comissário ou veículo deve entrar no perímetro do circuito sem permissão do controle de corrida”, o que também contribui para a polêmica desta madrugada.
“De acordo com o artigo 15.6 do regulamento desportivo, o diretor de prova “deve estar em contato via rádio com o secretário do percurso e com o presidente dos comissários em todos os momentos em que os carros são autorizados a circular na pista. Além disso, o secretário do percurso deve estar no controle da corrida e em contato por rádio com todos os postos de comissários durante esses horários.”
Acidentado logo após a largada em Suzuka, o espanhol Carlos Sainz, da Ferrari, também fez suas críticas. “Não sei se as pessoas entendem, mas mesmo atrás do safety car, estamos indo a 100-150 km/h, e com essas velocidades, não vemos nada, mesmo atrás do safety car”, explicou ele.
“Se um piloto decide sair um pouco da linha de corrida, tem uma pequena aquaplanagem ou tem que apertar um botão no volante, saindo um pouco da linha, e aí ele bate em um trator, então tudo pode ‘acabar’, não?”, seguiu.
“Ainda não sei por que nestas condições continuamos arriscando ter um trator na pista, porque é simplesmente inútil. Se você vai sinalizar algo de qualquer maneira, por que arriscar?”, completou Sainz.
Com informações: Moto Sport