Pitaya: Nasce um bom negócio na Serra Catarinense

De servidor público com estabilidade, a cultivador de pitayas. Uma fruta exótica, pouco conhecida, mas ao mesmo tempo, exuberante e comercializada com alto valor. Foi o que levou o ex-motorista da prefeitura de Cerro Negro, Ademir da Silva do Prado, a trocar de profissão e se tornar em pouco mais de três anos, o maior produtor de pitayas da Serra Catarinense.

Empreendedor natu, ele desafiou todas as adversidades possíveis para provar que na Serra Catarinense, a pitaya pode prosperar. O clima frio e o excesso de umidade, tidos como empecilhos por ser a pitaya, uma planta de local quente e árido, não afugentaram Ademir do Prado.

Na propriedade de quatro hectares, herdada da mãe, que antes tinha como base de produção, gado de corte, milho e moranga, melancia, uva e pêssego, Ademir do Prado tem hoje, a pitaya como principal fonte de renda. “Um amigo comentou sobre pitaya há cinco anos, e resolvi empreender. Fiz uma breve pesquisa e foi amor à primeira vista”, conta o produtor.

Até aquela data, o único contato de Ademir do Prado com a fruta, havia sido na gondola de supermercado. “Não conhecia nem o sabor, mas achava a pitaya uma fruta diferente, bonita. Nunca comprei a fruta devido ao preço”, lembra o empresário.

Ao descobrir que o retorno do investimento no cultivo poderia ser de curto a médio prazo, Ademir do Prado resolveu apostar comercialmente. E, já tem planta produzindo a partir de um ano do plantio. Segundo ele, é uma cultura recomendada ao pequeno e médio produtor rural, por ser cultivada com adensamento e comportar entre 5 e 7 mil pés por hectare, através do sistema de espaldeira.

A propriedade Pitayas do Prado Fruticultura e Recanto Turístico, nas margens do lago do rio Canoas, localidade Barra do Salto, cerca de 40 Km do centro de Cerro Negro, é referência hoje na Serra Catarinense. E deve produzir a partir da próxima safra (24/25), algo em torno de 10 toneladas do fruto.

Forças da natureza em favor do negócio

A névoa que se forma nas margens do lago do rio Canoas impede a formação de geadas severas. Com isso, os pés de pitayas não sofrem congelamento da seiva, o que permite o transporte de água, nutrientes, hormônios, oxigênio e gás carbônico pelo corpo da planta.

Superada a adversidade climática, a pitaya tem outro inimigo natural. O Percevejo-gaúcho, inseto nativo considerado a principal praga. Mas que segundo Ademir do Prado, tem sido controlado sem dificuldades.

Ao custo médio de implantação de um hectare entre R$ 80 e 100 mil, o cultivo de pitaya está se consolidando como uma atividade plenamente viável e de fácil manejo. E não precisa mais que um casal na propriedade para conduzir o cultivo sem maiores dificuldades.

De olho em outro nicho de mercado proporcionado pela pitaya, o empresário abriu a lavoura para o colha e pague. “As pessoas têm curiosidade de conhecer o pé da pitaya e colher a fruta. Ficam encantadas”, afirma o produtor. Ele até decidiu investir num chalé, ao lado da lavoura para melhor receber os visitantes.

“Não tinha menor ideia de como era o pé da pitaya. Nem sabia que era tipo cacto. Estou maravilha em pode colher e experimentar aqui, esses frutos”, disse a visitante Camila Becker, moradora de Lages. Ela foi à propriedade especialmente para ter a experiência do colha e pague. E ainda levou para casa, lindas fotografias para compartilhar com amigas em redes sociais.

Fruta do futuro

A pitaya é uma fruta que tem vários benefícios para a saúde. Favorece a perda de peso e combate doenças como osteoporose, anemia, alterações cardíacas e gastrointestinais. Seus benefícios estão relacionados com o seu alto poder antioxidante, já que é rica em polifenois, vitaminas e minerais, que são importantes para proteger o organismo.

É uma fruta de sabor suave e doce, sendo relativamente comum em países da América Central, México e da América do Sul, assim como em Israel, Tailândia, Vietnam ou Malásia.

Também conhecida como fruta-do-dragão, por ter formato de escamas em sua casca, sua floração ocorre entre os meses de dezembro a maio. A floração tem duração de 12 a 15 horas no período noturno, com grandes flores brancas amareladas.

Rica em fibras, a fruta ajuda no funcionamento das células, previne o câncer, ajuda na digestão e auxilia para regular a pressão arterial. Além de contribuir para o emagrecimento saciando a fome. É por tudo isso, que seu preço médio de venda é R$ 15,00 o quilo nas regiões próximas de áreas de produção.

Informação nutricional da pitayaComposição nutricional por 100gPitaya amarelaPitaya brancaPitaya vermelha

Por Amures

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