O texto que escrevi em 2004, e que agora publico, parece-me adequado para os dias atuais, ao menos para início de um debate urgente a ser estimulado e realizado pelos produtores de maçã. Quando, em 1979, estive no Japão, mais precisamente na Província de Aomori, irmã do Estado de Santa Catarina, encontrei-me com quem trouxe a maçã “Fuji” para o Brasil Esse agrônomo disse-me, então: 3a3t6x
– Em alguns pontos de São Joaquim se produz a melhor maçã do Mundo.
– O que? Perguntei-lhe.
– A “Fuji”, criada no Japão, é a melhor maçã produzida no Mundo e a “Fuji” produzida em São Joaquim é melhor do que a produzida aqui no Japão.
Não preciso realçar que fiquei atônito e eufórico ao ouvir as afirmações do Doutor Shirosawa. Desde então a “Fuji”, colhida depois da “Gala”, foi muito bem armazenada em nossas câmaras frigoríficas e comercializada em nosso pequeno mercado nacional de maçã. Recentemente, os armazenadores e distribuidores de frutas têm conservado a “Gala” de uma safra à outra, em atmosfera controlada e alegam dificuldades na conservação da “Fuji”…
É óbvio que “Fuji” e “Gala” são cultivares de procedência e espécies bem diferentes e, como tais, devem ser tratadas e armazenadas nas condições exigidas pelas características específicas de cada uma, sob pena de surgirem problemas como os que estão aparecendo. Aos armazenadores, a extinção da “Fuji” original não é o drama que é para São Joaquim, onde ela se adaptou como em nenhum outro lugar. Veja o texto escrito em 2004:
A Fuji
Voltando ao dia a dia, apraz-me transmitir aos meus poucos, mas generosos, leitores o que li num editorial assinado por Blaise de Laurent Castelet, Presidente da AGAPOMI, publicado no órgão da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã, de setembro de 2004 e que diz o seguinte:
A- Nos mercados e nas fruteiras (europeias) perguntei sobre maçãs brasileiras.
O consumidor gosta da Fuji: mas, Fuji bem vermelha que não é o caso da produzida lá. Fruta achatada não importa, russeting também não é problema.
O quilo de Fuji do Brasil estava na faixa de 2,10 a 2,30 Euros (7,40 a 8,10 Reais).
A Fuji da França, 1,50 Euros (5,30 Reais).
Os fruteiros lamentam não ter mais Fuji do Brasil em setembro.
Para eles é do Brasil que vêm as melhores frutas. Depois as do Chile, da Nova Zelândia, da África do Sul e por último as frutas nacionais…
O custo das maçãs do Brasil, antes do transporte, é 45% mais barato que na França. Precisamos acordar.
Henrique Helion Córdova