Um cervo exótico foi fotografado em uma propriedade em Içara, no Sul catarinense, na sexta-feira (21). O fotógrafo amador Bruno Neka dal Pont foi o responsável por registrar as imagens do animal (veja fotos abaixo). 22501q
Segundo o fotógrafo, foi preciso paciência para tirar as fotos do bicho. O animal é a espécie Axis, ou Axis axis, e é considerado invasor e pode gerar impactos negativos para a fauna local, segundo especialistas.
“Ele é muito arisco, se vê uma pessoa, desaparece. Eu bati a foto de dentro do carro e fiquei esperando vários minutos até ele aparecer. Tive que ter paciência, não foi fácil”, disse o fotógrafo Bruno dal Pont.

O animal foi visto pelo fotógrafo em uma propriedade privada em uma área central da cidade, nas proximidades do bairro Cristo Rei.
Bruno disse ainda que nunca havia fotografado esse animal antes, mas que o cervo já tinha sido visto por outras pessoas na região.

Fotógrafo contou que precisou ficar dentro do carro para não assustar o animal — Foto: Bruno Neka dal Pont/ Arquivo Pessoal
“Ele aparece do nada. Ninguém sabe se foi alguém que trouxe ele pra cá”, concluiu o fotógrafo.
Os cervos Axis são comum nas florestas da Índia, Sri Lanka e Nepal.
Segundo o responsável pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) de Santa Catarina Marcelo Duarte, a espécie exótica foi introduzida no Brasil em fazendas da caça. Outra hipótese para o aparecimento da espécie no estado é de que ela tenha migrado da Argentina.
“Esses animais estão fugindo [das fazendas de caça] e reproduzindo. É a introdução de uma espécie exótica que pode trazer consequências para o futuro. Porque nós temos as condições para ter este tipo de cervo em nossa região. A questão é que a nossa espécie, que era o veado galheiro, desapareceu”, disse.
O biólogo Jackson Preuss, foi o primeiro a registrar o aparecimento de um animal da espécie no estado em 2019. O cervo foi atropelado em São José do Cedros, no Oeste catarinense.
“São cervídeos que não são agressivos. Mas são animais extremamente arredios. Dificilmente aceitam o contato próximo. Eles têm uma audição e olfato muito apurado e qualquer proximidade humana eles tendem a fugir”, disse o biólogo.
O animal é herbívoro, mas segundo Preuss, o impacto no local onde a espécie é introduzida é considerado negativo. Ainda de acordo com o biólogo, já existem estratégias e políticas criadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) para tentar controlar a invasão deste animal no país.
“Por ser maior e mais forte do que os cervos nativos e silvestres eles competem pelo mesmo recurso. O que consequentemente causa uma competição, que é uma desvantagem para a nossa fauna”, concluiu Jackson Preuss.
Fonte: G1